segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A consciência além da imagem


Ontem, 20 de novembro, foi o Dia da Consciência Negra,daí postei no mural do meu facebook a foto  acima, acompanhada de um 'Dia da Consciência Negra'.Pronto.Dois contatos meus,não sei por que razão,implicaram com a imagem dos três garotos negros com carinhas de serelepes. Ambos sugeriram nos  comentários que a consciência ( acredito que a minha...rs) estaria muito maltratada,judiada...não sei,talvez eles tenham focado apenas na imagem, que por sua vez parece não ter agradado muito seus olhares.Podem não ter gostado por eu  ter atrelado o dia em que se busca promover o debate e reflexão acerca dos inúmeros desdobramentos e efeitos nocivos da escravidão dos negros no Brasil à uma imagem tão 'despretensiosa'. Se para eles a foto retrata apenas miséria e pobreza, é sempre bom lembrar que se reconhecer como negro independe de condição social.Pobre ou rico o sujeito deve se reconhecer como tal.
Mas justiça seja feita: a leitura que meus amigos fizeram  pode ter sido bem diferente do que eu interpretei do comentário deles.Eu vejo muita beleza,alegria e inocência nessa foto.Meus amigos parecem que não.Isso é absolutamente normal,porque na maioria das vezes,como diz o velho clichê 'a beleza está nos olhos de quem vê'.E é bom que seja assim,pois a existência seria muito chata se todos pensassem da mesma maneira.
Para fim de conversa,desejo que o Dia da Consciência Negra se transforme num exercício diário ( e não só no 20 de novembro) de profunda reflexão e debate sobre nossos preconceitos e sobre a permanência dos frutos da escravidão, afim de combatê-los.

No vídeo abaixo uma entrevista bacana com Chico Buarque onde ele diz que 'somos todos negros'.

                                           

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Por que tão breve?


Que desgosto entrar num dos meus sites prediletos de crônicas (vidabreve) e me deparar com uma mensagem fúnebre. A mensagem como vocês podem perceber anuncia  a morte, o fim (ohhh,céus!!!), desse cantinho da web que tanto deu sabor aos meus dias,durante muitos e muitos meses.
Ainda estou aqui tentando digerir essa 'tragédia' ,e um pensamento quanto ao nome do site agita minhas ideias: talvez o nome do site agisse como porta-voz de uma 'morte' prematura.Quem sabe o nome 'vidabreve' fosse  uma espécie de mensagem subliminar aos leitores.Ou quem sabe um sutil recado: 'Vida breve,queridos leitores.Aproveitem enquanto há tempo'. 
Desde que conheci o agora falecido site, sempre associei seu nome ao gênero literário que seus ilustres colaboradores tão bem escreviam lá: crônicas. Digo isso porque assim a defino: complexidade e encanto da vida  contida em poucas palavras.E era daí que sempre achei que se justificava o 'vidabreve'.
Poxa,se esse lampejo de consciência me ocorresse antes,com certeza teria salvo todas as crônicas no meu computador.Não teria postergado tando compartilhar aqui no blog tantas leituras que me emocionaram,me fizeram rir e refletir sobre os mais variados temas.Acredito que de certa forma isso abrandaria o desapontamento que agora sinto.É,desapontamento dos grandes!!!Mil vezes desejaria que o site estive lá,vivinho da silva,ainda que sem atualizações,abandonado,jogado as traças, porém, com livre entrada para os leitores que quisessem reler suas crônicas favoritas.
Muito triste a ideia de não mais ter acesso as crônicas do Rogério Pereira, do psicodélico Carpinejar, do Humberto Werneck, da Eliane Brum --eram meus preferidos -- e de tantos outros que por lá passaram.
O certo é que hoje,sem pestanejar, posso afirmar que este é o tipo de leitura que mais gosto.Porque a crônica, como bem disse Humberto Werneck ,ela "é como uma conversa boa".


Saudade eterna, querido Vida Breve!



terça-feira, 30 de agosto de 2011

Com chave de ouro



 
( Chagas Vale )
 O primeiro Festival de Sanfona de São Raimundo Nonato terminou com chave de ouro!Durante mais uma noite ( 28 de agosto) tivemos o professor Cineas Santos como o mestre de cerimônia deste evento tão bonito para nossa cidade.Ninguém melhor do que ele para mediar as apresentações,já que o mesmo além de profundo conhecedor é entusiasta e propagador das manifestações culturais e artística do nosso Estado.
 Os sanfoneiros, que foram as estrelas da festa, deram uma pequena mostra de todo o seu talento antes do resultado dos vencedores.Sinobilino ('a pessoa com um nome desse é uma autoridade' by Chagas Vale...rs),do municipio de Dom Inocêncio foi o vencedor da categoria estudantil.Já na categoria profissional, o ganhador foi Valdemar,que realmente fez uma linda apresentação.
 E para minha alegria o festival terminou com Chagas Vale, Vagner Ribeiro e  Valor de Pi.Uoba!Esperei dois anos pra rever esses artistas maravilhosos,que tanto trabalham para não deixar morrer o que temos de mais singular e rico: nosso folclore e nossa cultura popular.Todo o reconhecimento aqueles que prezam pela manutenção de tradições salutares como estas!
 Chagas Vale emocionou o público com seu inseparável Fanhuca,um fantoche que Chagas empresta vida e carisma.A verossimilhança emoção humana do bonequinho é tão grande que em dado momento do espetáculo ele parece ser provido de alma.É uma preciosidade dentro do mundo fantástico da arte títere.
(Vagner Ribeiro e Valor de Pi)
  A apresentação de Vagner Ribeiro e Valor de Pi também foi belíssima.Tudo parece ser feito com tanto capricho e amor que não tinha como ser diferente.O figurino é lindo, os músicos são de primeira, a empolgação deles é contagiante.A melhor descrição--tirando a parte do gorjeio dos sapos-- dos shows do grupo é a do site do próprio Vagner Ribeiro:"o artista com a banda Valor de PI, consegue transpor com espontaneidade, linguagens e expressões de gente que sente o cheiro do sol, que inventa causos, que deseja o gorjeio dos sapos e que desnudam a terra de forma celestial." 


Mas a parte de todo o evento que mais fez alcandorar-me foi ver Zaqueu e Sandrinho mandando ver na sanfona.Dá-lhe emoção e vida longa ao festival da sanfona!!!!!


(Zaqueu e Sandrinho do Acordeon)



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Festival de Sanfona



Forrozeira inveterada que sou, fui tomada de ansiedade e alegria ao saber que durante os festejos de São Raimundo City seria realizado um Festival de Sanfona,onde grandes nomes do forró seriam homenageados,Luíz Gonzaga era um deles.
Depois de anos com uma programação voltada apenas para o forró estilizado,mais modernete,nada melhor do que sermos presenteados com o forró tradicional,de raíz ou pé-de-serra.Sem dúvida a melhor fórmula do forró sempre será uma zabumba,um triângulo e ela,a sanfona.'Ô trem bão,sô!'.
Ontem se iniciou o festival e quão grande surpresa tive ao ver a apresentação de Isaac Prado,um garotinho de apenas 8 anos e com um talento ímpar no domínio da sanfona.
A surpresa foi tamanha porque há uns dois meses vi um vídeo (esse que ilustra o post) onde essa fofurinha se apresentava ao lado de João Cláudio Moreno ( super hiper mega fã desse cara ) durante a festa de folguedos em Teresina. Logo imaginei o quanto seria interessante vê-los juntos mostrando todo seu talento aqui em minha cidade.E esse dia não tardou chegar,pois o primeiro dia do evento contou com a presença dessas duas gerações de talento,João Cláudio e Isaac Padro,dois artistas que me fazem sentir orgulho da cultura piauiense.

Ainda teremos mais 3 dias de muita cultura regional.Então aguardemos os próximos capítulos porque agora é hora de se preparar para mais tarde cair no forró!Fuiiiiiii

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Simples assim!


"Dentro de um abraço é sempre quente,é sempre seguro.Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e,se faltar luz,tanto melhor.Tudo que você pensa e sofre,dentro de um abraço se dissolve."

Martha Medeiros

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Da série ''faça você mesmo!"


Reutilizar,reaproveitar e recriar...eis três palavrinhas que adoro pôr em prática!Nos blogs e sites de moda e de decoração que costumo visitar, sempre me chama a atenção as seções que buscam dar uma cara nova à objetos até então esquecidos num canto qualquer da casa ou armário. Nada melhor do que dar aquele 'upgrade' naquilo que até então estava sem função alguma, a não ser ocupar espaço.

Uma caixa sem aparente utilidade, sobras de tecido e pedaços de fitas bordadas (acho que esse não é o nome,mas enfim...) podem se transformar em algo com funcionalidade.A caixinha da foto acima eu fiz para minha irmã, que além de usá-la para decorar seu armário também usa como caixa de recordação,onde guarda cartas,cartões de natal e aniversário,postais,etc.

Quem me motivou a escrever esse post foi Demarzinho,um priminho amado, que sempre faz questão de compartilhar comigo suas 'traquinagens criativas'. Hoje a tarde ele apareceu aqui em casa pedindo ajuda para 'reformar' uma caixa de MDF (que com certeza ele encontrou 'malinado' nos armários da avó...rs). O material que ele utilizou foram gravuras de um gibi da Turma da Mônica,o que me fez lembrar de minha infância quando também movida pelo desejo de criar e recriar picotei muitos gibis.Engaçado como algumas coisas não mudam,né?!

Sempre que vejo alguma criança usando a criatividade em atividade como essa penso que o poder da era dos playstations e jogos eletrônicos não é tão onipotente assim!


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Somos parte do cosmo


Por Marta Baião

Tenho uma mania antiga de anotar em cadernetas, em agendas, em folhas soltas de papel ou no computador, tudo que acho interessante ao ler ou ouvir alguma coisa. São frases, sentenças, máximas, ou apenas palavras, palavras bonitas! É uma forma de não deixar esquecido em minha memória algum pensamento ou idéia que em dado momento despertou meu interesse.

Ontem relendo algumas dessas anotações uma frase me chamou atenção:"O que é o homem na natureza?Um nada em relação ao infinito,um tudo em relação ao nada,o ponto central entre o nada e o tudo, infinitamente longe de compreendê-la". A frase é atribuída ao francês Blaise Pascal (1623-1662),que além de matemático foi filósofo,teólogo e físico. E hoje, 15 de junho de 2011, dia agraciado com um eclipse lunar, essa frase ganhou muito mais sentindo. Digo isso porque não há como observar a natureza, o universo, principalmente nestes momentos 'inusitados', sem ser consumida por sensações que vão da pequenez à grandeza humana. Pelo menos é assim que me sinto.

A sensação de pequenez advém da consciência de infinitude do Universo. Somos 'um nada em relação ao infinito'. Sim,somos pequenos!!!! Isso porque a certeza de nossa finitude nem sempre nos leva a agir com menos mesquinhez, egoísmo, intolerância e um número inesgotável de outras atitudes e sentimentos que se tornam estorvos em nossa caminhada rumo a uma vida mais 'evoluída',onde o amor será o guia mestre de nossas condutas. Quimera?Quem sabe!O certo é que não podemos perder a esperança na humanidade.

E o sentimento de grandeza humana? Bem, acho que só o fato de poder contemplar e se sentir parte desse cosmo prenhe de mistérios inesgotáveis,ininteligíveis e impalpáveis, já é um bom motivo para sentirmo-nos grandes ( e por que não importantes?!), mesmo cônscios de nossas limitações.


Pude observar o eclipse lunar quando retornava de uma caminhada. Passadas algumas horas a lua estava esplêndida, e do quintal da casa de minha avó fiquei contemplando-a numa simbiose de sensação de pequenez,grandeza e paz.